Em um discurso transmitido pela televisão, Baerbock afirmou:
"Ontem à noite, ficou claro que estamos entrando em uma nova era de escândalos. Mais do que nunca, devemos defender uma ordem internacional baseada na lei e na justiça, e não na lei do mais forte. Caso contrário, nenhum país livre que tenha um vizinho poderoso poderá dormir tranquilo novamente."
Na tentativa de fortalecer relações bilaterais e garantir novos acordos comerciais e militares, Zelensky viajou a Washington para um encontro crucial com Donald Trump. No entanto, a reunião na Sala Oval se transformou em um confronto direto, culminando na saída prematura do presidente ucraniano dos Estados Unidos sem a assinatura do acordo sobre exportação de minerais, um dos principais objetivos da visita.
Moscou não perdeu tempo em reagir, descrevendo o evento como uma "derrota diplomática completa" para Kyiv. A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, declarou:
"Essa viagem foi um fracasso absoluto para o regime de Kyiv. Zelensky demonstrou irresponsabilidade e, ao invés de buscar a paz, continua insistindo na guerra."
O Kremlin também reafirmou que seus objetivos estratégicos na Ucrânia não mudaram, incluindo a anexação das regiões ocupadas e a “desmilitarização” do país.
Diante da crescente crise, os líderes europeus reafirmaram seu compromisso incondicional com Zelensky, reunindo-se em Londres para debater medidas adicionais de segurança para o continente.
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, garantiu que o Reino Unido não reduzirá seu apoio a Kyiv, reforçando sua posição em um telefonema direto a Zelensky. A cúpula de Londres, uma continuação da conferência de segurança realizada em fevereiro em Paris, concentrou-se em sanções adicionais contra a Rússia e na ampliação da ajuda militar à Ucrânia.
Além disso, o presidente francês Emmanuel Macron sugeriu que a União Europeia inicie discussões sobre uma estratégia de dissuasão nuclear. Sua proposta surge após um pedido do chanceler alemão, Friedrich Merz, para avaliar a possibilidade de incorporar o arsenal nuclear francês e britânico na política de defesa europeia.
O ponto alto da tensão ocorreu na noite de sexta-feira, quando o tom entre Trump e Zelensky atingiu seu nível mais agressivo. Em um pronunciamento direto e contundente, Trump advertiu o líder ucraniano:
"Aceite a paz ou perderá o apoio dos Estados Unidos."
O ex-presidente americano acusou Zelensky de colocar o mundo à beira de uma Terceira Guerra Mundial, aumentando a pressão sobre Kyiv para aceitar um acordo imediato com Moscou. O líder ucraniano, visivelmente surpreso, respondeu com firmeza:
"Você já esteve na Ucrânia para ver nossa realidade de perto?"
A reação enfureceu Trump, que cancelou o almoço de trabalho e a coletiva de imprensa conjunta, ordenando que Zelensky deixasse imediatamente a Casa Branca. Poucas horas depois, Trump publicou em sua rede social:
"Ele poderá voltar quando estiver pronto para a paz."
Enquanto muitos países europeus criticaram a postura de Trump, o Kremlin comemorou o incidente como uma vitória política para a Rússia. O ex-presidente russo e atual vice-presidente do Conselho de Segurança, Dmitry Medvedev, ironizou o episódio, afirmando:
"O porco arrogante finalmente foi colocado no seu lugar dentro do Salão Oval."
A mídia estatal russa também destacou a deterioração do apoio ocidental à Ucrânia, interpretando a situação como um sinal de declínio da influência de Kyiv no cenário global.
De volta a Kyiv, Zelensky imediatamente entrou em contato com líderes europeus para garantir que o apoio ao seu governo permanecesse sólido.
O primeiro-ministro da Polônia, Donald Tusk, usou as redes sociais para enviar uma mensagem de apoio:
"Amigos ucranianos, vocês não estão sozinhos."
Na Suécia, o primeiro-ministro Ulf Kristersson reafirmou seu compromisso com a defesa da Ucrânia, declarando:
"A Suécia está unida com nossos amigos ucranianos. Glória à Ucrânia!"
Já na França, o primeiro-ministro François Bayrou destacou que a resistência de Zelensky representa a honra da Europa. Em um discurso inflamado, declarou:
"Agora cabe a nós decidir qual papel queremos desempenhar no mundo e se estamos dispostos a assumir essa responsabilidade."
Com as relações entre Washington e Kyiv cada vez mais incertas, a União Europeia se vê diante do desafio de assumir uma liderança mais ativa na ordem global.
A chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, destacou a necessidade de uma nova abordagem:
"Está claro que o mundo livre precisa de uma nova liderança. É hora de nós, europeus, aceitarmos esse desafio."
Enquanto a crise diplomática entre os Estados Unidos e a Ucrânia continua a se desdobrar, a União Europeia busca redefinir seu papel na geopolítica global, assumindo uma posição de protagonismo na defesa da Ucrânia e da ordem internacional baseada em regras.
O confronto sem precedentes entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky, ocorrido na Sala Oval da Casa Branca, continua a provocar fortes reações internacionais. Esse episódio, que já está sendo descrito como um momento histórico nas relações diplomáticas, ocorre três anos após o início da invasão russa à Ucrânia, reacendendo debates sobre o futuro da guerra e o apoio ocidental a Kyiv.
Em resposta à escalada de tensões, Luxemburgo se posicionou firmemente ao lado da Ucrânia, alinhando-se com seus aliados europeus. O primeiro-ministro Luc Frieden foi enfático ao declarar que o país permanece inabalável no seu compromisso de apoiar a Ucrânia, enfatizando que a guerra em curso é uma luta pela liberdade e pela manutenção da ordem internacional baseada no direito.
Essas declarações, feitas poucas horas após o embate entre Trump e Zelensky, demonstram que Luxemburgo não permitirá que as mudanças na política dos EUA alterem sua posição em relação à guerra na Ucrânia.
Além de reiterar seu apoio a Kyiv, o governo luxemburguês apresentou uma proposta para fortalecer o papel da União Europeia nas negociações de paz. Frieden, que já havia defendido uma posição europeia mais coesa durante uma reunião em 19 de fevereiro, agora sugere que a UE nomeie um único representante para articular suas posições nas tratativas internacionais.
A proposta, atualmente em discussão em Bruxelas, recebeu apoio de diversos líderes europeus. A chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, expressou seu respaldo à iniciativa e afirmou:
"Está claro que o mundo livre precisa de uma nova liderança. Cabe a nós, europeus, assumirmos essa responsabilidade."
Em meio às movimentações diplomáticas europeias, surgiram questionamentos sobre o papel da França e de Emmanuel Macron na tentativa de coordenar a resposta europeia à guerra. Relatórios indicam que alguns países do bloco, incluindo Romênia e República Tcheca, demonstraram insatisfação por não terem sido convidados para uma reunião privada no Palácio do Eliseu em 17 de fevereiro.
No entanto, o governo de Luxemburgo negou qualquer atrito com Paris e reafirmou seu apoio a todas as iniciativas que fortaleçam a resposta europeia à agressão russa. Fontes oficiais garantiram que Luc Frieden participou de outro encontro estratégico dois dias depois, além de manter diálogo contínuo com líderes europeus, incluindo o próprio Emmanuel Macron.
Apesar das incertezas sobre o apoio dos Estados Unidos, Luxemburgo mantém sua política externa centrada no respaldo contínuo a Kyiv. Frieden confirmou sua participação na reunião extraordinária do Conselho Europeu na próxima quinta-feira, onde serão debatidas novas estratégias para reforçar a resistência ucraniana.
"Luxemburgo continua comprometido com o apoio político, financeiro, humanitário e militar à Ucrânia", afirmou o primeiro-ministro.
Essa posição foi anunciada logo após as declarações controversas de Trump, que pressionou Zelensky a aceitar um acordo com a Rússia, afirmando:
"Negociem com Moscou, ou os Estados Unidos deixarão de apoiar vocês."
Com o apoio de Washington a Kyiv cada vez mais incerto, Luxemburgo e outros países europeus buscam garantir a continuidade da assistência à Ucrânia sem depender exclusivamente dos Estados Unidos.
A questão central que se impõe agora é: a Europa conseguirá manter sua unidade diante da crise e assumir um papel mais independente na geopolítica global? Os próximos meses serão decisivos para definir a resposta do bloco diante da instabilidade diplomática entre os EUA e a Ucrânia.
A questão agora é: medidas corretivas pontuais serão suficientes, ou será necessário um pacote de reformas mais abrangente?
O tema tem sido amplamente discutido desde outubro do ano passado, e as discussões já entraram em uma fase decisiva. Está prevista para meados de março uma reunião consultiva no Parlamento de Luxemburgo (Chambre des Députés), onde serão avaliadas diferentes propostas para reformular o sistema.
Enquanto sindicatos e a Câmara dos Assalariados (Chambre des salariés) argumentam que Luxemburgo ainda dispõe de um fundo previdenciário significativo e que as projeções de déficit são exageradamente pessimistas, um relatório recente da Inspeção Geral da Segurança Social (IGSS - Inspection générale de la sécurité sociale) acendeu um alerta vermelho.
Segundo o documento, os atuais 27 bilhões de euros que sustentam o fundo de pensões podem se esgotar muito mais rápido do que as previsões anteriores indicavam. Essa perspectiva intensificou o debate e levou os formuladores de políticas a reconsiderarem possíveis ajustes no modelo previdenciário.
Entre as opções analisadas pelo governo está um possível aumento na idade de aposentadoria, além da revisão dos critérios de cálculo dos benefícios previdenciários. No entanto, qual é o valor real das pensões atualmente pagas no país?
De acordo com o relatório da Segurança Social de Luxemburgo (Sécurité Sociale) referente a 2024, o valor médio das pensões pagas em dezembro de 2023 foi de 2.398,30 euros por mês. Esse montante abrange diferentes tipos de benefícios, incluindo aposentadoria por idade, aposentadoria antecipada, pensões por invalidez e pensões de sobrevivência.
Entretanto, os valores podem variar significativamente dependendo do tempo de contribuição e da carreira profissional do aposentado. O relatório também revela disparidades importantes entre diferentes grupos:
Trabalhadores que passaram toda a vida profissional em Luxemburgo receberam, em média, 3.569,99 euros em 2022.Homens aposentados tiveram um rendimento médio de aproximadamente 4.500 euros, enquanto as mulheres receberam menos de 3.000 euros.
Aposentados com histórico profissional misto, que trabalharam parte da carreira em Luxemburgo e parte em outros países, recebem pensões mais baixas.Para esses chamados trabalhadores fronteiriços (frontaliers), a média de pensão paga em 2022 foi de 1.614,50 euros.Muitos desses aposentados, no entanto, também recebem complementação de renda previdenciária de seus países de origem, um fator que não foi contabilizado neste estudo.
Até o momento, o governo ainda não apresentou oficialmente sua posição final sobre quais reformas serão implementadas. O que se sabe é que as propostas serão analisadas detalhadamente durante a reunião parlamentar de março, onde diferentes partidos políticos terão a oportunidade de expor suas visões.
Alguns legisladores defendem que reformas profundas são inevitáveis, enquanto outros acreditam que medidas menos drásticas, como uma gestão mais eficiente dos recursos e ajustes graduais no sistema, podem evitar mudanças drásticas na previdência.
Independentemente da abordagem escolhida, o que fica evidente é que o modelo previdenciário de Luxemburgo enfrenta desafios cada vez mais urgentes. Resta saber se o país optará por mudanças estruturais significativas ou se seguirá um caminho de reformas pontuais e progressivas.
O desfecho dessa discussão poderá definir o futuro da aposentadoria para milhares de trabalhadores no país nos próximos anos.
Com essa nova extensão do sistema de bonde, os passageiros poderão viajar diretamente de Kirchberg, um dos principais polos financeiros e administrativos do país, até o aeroporto sem a necessidade de trocar de transporte.
A implementação desse trajeto faz parte de um amplo plano de mobilidade sustentável, cujo objetivo é reduzir a dependência dos automóveis particulares e facilitar o deslocamento de passageiros e trabalhadores que utilizam o aeroporto.
O trajeto recém-inaugurado inclui duas novas estações, projetadas para tornar o acesso ao aeroporto ainda mais eficiente:
Estação "Senningerberg – Héienhaf": localizada próxima ao estacionamento P+R na rodovia Trier, esta estação permitirá que motoristas estacionem seus veículos e sigam viagem de bonde, reduzindo o tráfego na área do aeroporto.
Estação "Findel-Luxembourg Airport": situada diretamente na entrada principal do aeroporto, esta parada facilitará o embarque e desembarque dos passageiros, proporcionando um acesso rápido e conveniente ao terminal.
Ambas as estações foram planejadas para se conectar com diversas linhas de ônibus, permitindo que passageiros provenientes de diferentes regiões de Luxemburgo utilizem a rede de transporte público de forma integrada.
O Ministério da Mobilidade e Obras Públicas de Luxemburgo (Ministère de la Mobilité et des Travaux Publics) anunciou que esta nova linha é apenas um dos passos na expansão contínua do sistema de transporte público do país.
Nos próximos meses, a estação Senningerberg – Héienhaf será ampliada para se tornar um grande terminal de ônibus, que absorverá novas linhas RGTR e facilitará a mobilidade dos passageiros que chegam ao país por rodovias, especialmente vindos da Alemanha e das regiões orientais de Luxemburgo.
Além disso, o governo continua investindo na expansão da malha ferroviária e na modernização do transporte público, consolidando um modelo acessível, eficiente e ambientalmente sustentável.
Com essa nova conexão para o aeroporto, Luxemburgo reafirma sua posição como o primeiro país do mundo a oferecer transporte público gratuito para todos os usuários.
A inclusão do Aeroporto de Findel na rede gratuita do sistema de transporte reduzirá congestionamentos nas rodovias de acesso e facilitará o deslocamento de turistas, trabalhadores e moradores da região.
A partir de hoje, qualquer pessoa poderá viajar sem custo algum de e para o aeroporto, utilizando o bonde e outras opções de transporte público.
Esse avanço não apenas reforça o compromisso de Luxemburgo com a mobilidade sustentável, mas também solidifica o país como um dos líderes europeus em inovação no setor de transporte urbano.
Historicamente, os táxis desempenharam um papel fundamental no transporte de passageiros para e a partir do Aeroporto de Findel, oferecendo uma alternativa conveniente para quem buscava rapidez e conforto. No entanto, com a nova linha de bonde operando gratuitamente, a realidade do setor pode mudar drasticamente.
Paulo Leitão, presidente da Federação de Táxis de Luxemburgo (Fédération des taxis), demonstrou apreensão quanto ao impacto da novidade:
"Ainda é cedo para quantificar a redução no número de passageiros, mas sem dúvida perderemos uma parte significativa da nossa clientela."
Leitão destacou que, apesar do avanço na infraestrutura de transporte público, o setor de táxis pode sofrer um impacto severo, uma vez que o bonde gratuito torna a concorrência desleal para os taxistas, que dependem das tarifas cobradas para manter suas atividades.
Enquanto alguns motoristas temem uma perda massiva de clientes, outros acreditam que o serviço de bonde e os táxis podem operar de forma complementar, atendendo diferentes perfis de passageiros.
"O bonde pode ser útil para passageiros que carregam pouca bagagem e viajam em horários comerciais regulares. No entanto, os táxis continuarão essenciais para aqueles que precisam de transporte porta a porta, deslocamentos noturnos ou para transportar volumes maiores de bagagem.", explicou Leitão.
A principal preocupação dos taxistas é que a nova linha de bonde possa tornar seu serviço menos necessário para deslocamentos até o aeroporto, principalmente considerando que o transporte público no país é gratuito, tornando a escolha pelo bonde uma opção financeiramente mais atraente para os passageiros.
A indústria de táxis em Luxemburgo já vinha enfrentando mudanças significativas com a entrada da Uber no mercado há alguns meses. No entanto, muitos taxistas viram a Uber como uma oportunidade para inovar e se adaptar, aproveitando a tecnologia e novas plataformas para atrair clientes.
Dessa vez, porém, o desafio parece ser diferente. Diferente da Uber, que ainda exige pagamento pelos serviços, o bonde gratuito representa uma alternativa direta sem custo para o passageiro, dificultando ainda mais a competitividade dos táxis.
Leitão alertou que o desequilíbrio entre o transporte público gratuito e o serviço de táxis pode criar um impacto econômico negativo significativo no setor, especialmente para motoristas que dependem exclusivamente dessa atividade para seu sustento.
Agora que o bonde está em operação, os taxistas esperam que o governo desenvolva estratégias para evitar impactos irreversíveis no setor. Algumas das possíveis medidas sugeridas incluem incentivos fiscais para taxistas, regulamentação de tarifas competitivas ou até mesmo a criação de parcerias para integrar melhor os táxis no sistema de mobilidade urbana.
"Precisamos de um plano que traga equilíbrio. O transporte público pode continuar a crescer, mas sem destruir um setor inteiro que sempre foi essencial para a mobilidade da cidade.", enfatizou Leitão.
Nos próximos meses, o impacto real da nova linha de bonde será mais evidente. Se os temores dos taxistas se concretizarem e a demanda por seus serviços cair drasticamente, Luxemburgo poderá enfrentar um debate acalorado sobre o futuro do setor e a necessidade de adaptações nas políticas de mobilidade urbana.
Tradicionalmente, o prazo para a submissão da declaração de impostos em Luxemburgo terminava em 31 de março. No entanto, nos últimos anos, o prazo foi estendido até 31 de dezembro, permitindo que os contribuintes tenham mais tempo para organizar sua documentação.
Com a nova implementação, os formulários oficiais não estarão disponíveis até abril, o que significa que aqueles que planejavam apresentar suas declarações fiscais antes desse período precisarão aguardar.
A principal razão para essa mudança é a integração do novo sistema de declaração pré-preenchida na plataforma MyGuichet. Segundo a ACD, os dados salariais e as pensões dos cidadãos serão automaticamente coletados junto aos empregadores e fundos de pensão nos três primeiros meses do ano e incorporados ao sistema, evitando que os contribuintes tenham que inserir manualmente essas informações.
A medida busca agilizar o processo, reduzir a burocracia e minimizar erros administrativos, mas também gerou incerteza entre aqueles que estavam habituados ao procedimento tradicional.
A partir de 3 de março, os contribuintes elegíveis para a nova declaração pré-preenchida começarão a receber uma carta da administração fiscal informando-os sobre o novo processo.
Este novo modelo será aplicado somente àqueles que possuem apenas rendimentos de salários e pensões e não solicitam deduções fiscais adicionais além do mínimo estabelecido no Modèle 100.
Esses contribuintes terão até 28 de março para responder à carta e decidir se aceitam a declaração pré-preenchida ou se preferem continuar com o processo tradicional.
Os contribuintes que não forem incluídos na nova declaração pré-preenchida poderão apresentar seus documentos fiscais a partir de 7 de abril, seguindo os trâmites normais.
Além disso, aqueles que ainda não tiverem recebido o certificado anual de rendimentos de seus empregadores não precisam se preocupar, pois o prazo final para a entrega da declaração fiscal permanece em 31 de dezembro de 2025. Isso garante tempo suficiente para que todos possam submeter suas informações corretamente.
A modernização do sistema fiscal faz parte de um plano mais amplo do governo luxemburguês para digitalizar e simplificar os processos administrativos no país. O novo modelo tem como objetivo:
Facilitar o preenchimento da declaração de impostos, minimizando a necessidade de entrada manual de dados.
Aumentar a precisão das declarações, reduzindo erros e a necessidade de correções posteriores.
Reduzir a carga de trabalho da administração fiscal, permitindo um processamento mais eficiente das informações.
Embora a mudança represente uma inovação positiva para muitos contribuintes, aqueles que preferem o método tradicional ainda terão a opção de preencher sua declaração manualmente e submetê-la nos mesmos prazos estabelecidos.
Nos próximos meses, espera-se que a ACD publique mais esclarecimentos sobre a transição e os impactos práticos desse novo sistema, garantindo que todos os contribuintes possam se adaptar às mudanças sem dificuldades.
Esta nova medida é considerada um passo intermediário antes da reforma tributária mais ampla, que vem sendo discutida há algum tempo e que deverá ser implementada até o final do atual mandato legislativo. Segundo Roth, o projeto inicial da reforma fiscal será apresentado ainda este ano, embora ainda não tenha sido formalmente transformado em projeto de lei.
Desde o outono passado, o sistema fiscal luxemburguês permitia que apenas um dos pais com guarda alternada fosse enquadrado na classe fiscal 1A, enquanto o outro permanecia na classe 1. No entanto, o pai ou mãe que permanecia na classe fiscal 1tinha direito a uma dedução fiscal de 5.400 euros por filho.
Com a nova medida, esse sistema sofrerá modificações. Os pais que compartilham a guarda dos filhos agora poderão se beneficiar da nova redução de impostos, independentemente da sua categoria fiscal. No entanto, a questão ainda não está completamente definida, uma vez que o governo continua discutindo como equilibrar essa política sem conceder uma vantagem tributária excessiva a qualquer uma das partes.
A reforma também inclui uma abordagem progressiva, que busca beneficiar principalmente as famílias com rendimentos anuais inferiores a 76.000 euros.
Diane Adehm, presidente da Comissão de Finanças do Parlamento, destacou que os pais poderão alternar entre as classes fiscais 1A e 1 a cada ano, dependendo do que for mais vantajoso para sua situação financeira.
Além disso, para pais com dois filhos, cada um poderá registrar uma criança separadamente para fins de dedução fiscal. Essa medida foi projetada para garantir que ambos os pais possam dividir os benefícios fiscais de forma mais equitativa.
Apesar do anúncio oficial, a data exata de entrada em vigor da nova redução de impostos ainda não foi definida. Diane Adehm afirmou que o governo pretende implementar a medida ainda este ano, mas não há certeza se será possível aplicá-la retroativamente a partir de 1º de janeiro.
Por outro lado, Sam Tanson, representante do Partido Verde, propôs que ambos os pais pudessem ser incluídos na classe fiscal 1A simultaneamente. No entanto, o ministro das Finanças rejeitou essa ideia, alegando que isso criaria um benefício fiscal excessivo para os pais em guarda compartilhada.
Embora essa sugestão tenha sido arquivada por enquanto, Diane Adehm enfatizou que a atual mudança já representa um avanço significativo, mesmo que não estabeleça uma igualdade total entre os pais.
Outra questão que a nova medida levanta diz respeito à divisão dos auxílios financeiros para crianças. Segundo a Caixa para o Futuro das Crianças (Caisse pour l’Avenir des Enfants), atualmente apenas cerca de 100 famílias em Luxemburgo compartilham formalmente os benefícios infantis após a separação.
Na maioria dos casos, esses detalhes são definidos durante o processo de divórcio ou através de um acordo entre os pais.
A reforma representa mais um avanço na modernização do sistema tributário luxemburguês e no apoio a famílias que vivem sob um regime de guarda compartilhada. No entanto, o impacto real das mudanças ainda precisa ser avaliado, especialmente se novas reformas fiscais adicionais forem propostas nos próximos anos.
À medida que as discussões sobre a grande reforma fiscal luxemburguesa continuam, a expectativa é que novas medidas possam trazer ainda mais equidade para o sistema de tributação familiar.
Por enquanto, os especialistas aguardam para ver como essa nova dedução fiscal afetará as famílias, e se o governo introduzirá mais benefícios para os pais em guarda compartilhada nas próximas fases da reforma tributária.
A posição do governo indica uma política mais restritiva em relação à migração, com medidas que visam reduzir o número de refugiados aceitos no país e endurecer os critérios para concessão de residência a migrantes.
O LSAP apresentou ao Comitê de Assuntos Internos do Parlamento uma proposta para criação de uma comissão especial encarregada de analisar casos excepcionais de regularização de imigrantes.
Segundo Liz Braz, deputada do LSAP, é essencial que o país tenha um sistema mais transparente, onde os migrantes possam saber exatamente qual é sua situação legal e quais são suas reais chances de obter residência.
"Não podemos deixar que a situação de um migrante dependa exclusivamente da decisão individual do ministro. Precisamos de regras claras e um sistema justo que funcione para todos.", afirmou Braz.
Por outro lado, o ministro Léon Gloden rejeitou a proposta, assim como Jean Asselborn, seu antecessor no cargo. Ele argumentou que o sistema atual já é suficiente para lidar com os pedidos de asilo e regularização, não havendo necessidade de mudanças.
Desde a posse do novo governo, Luxemburgo tem demonstrado uma postura mais rígida em relação às suas políticas migratórias. O objetivo principal da administração de Luc Frieden é reduzir o número de refugiados aceitos no país e aumentar o controle sobre os pedidos de asilo.
Segundo Gloden, não há planos para flexibilizar as regras de imigração ou criar novas alternativas para acolhimento de requerentes de asilo. Ele garantiu que o governo continuará operando dentro das normas atuais, sem a adoção de qualquer política adicional de regularização.
"O sistema já prevê uma análise detalhada dos pedidos. Não há necessidade de reformulação ou flexibilização adicional." afirmou o ministro.
Gloden também destacou que o governo mantém uma parceria próxima com organizações da sociedade civil que atuam na área da imigração. Ele citou grupos como CLAE (Comité de Liaison des Associations d’Étrangers), HUT (Ajuda a Migrantes em Situação de Vulnerabilidade) e ASTI (Associação de Apoio aos Trabalhadores Migrantes), que auxiliam na análise dos processos de regularização.
"Essas ONGs nos enviam dossiês com os casos mais críticos e nós os avaliamos. Realizamos três a quatro reuniões anuais com elas, analisamos os pedidos e, com base nessa avaliação, decido se um indivíduo atende aos critérios de regularização." explicou Gloden.
Ele também revelou que, em 2024, aproximadamente 100 pessoas foram regularizadas por meio desse sistema, o que, segundo ele, demonstra que o modelo atual já é suficientemente flexível.
Para o LSAP, as políticas mais restritivas podem ser prejudiciais não apenas aos migrantes, mas também à economia luxemburguesa. Liz Braz alertou que o país depende da força de trabalho imigrante e que muitos requerentes de asilo esperam anos por uma decisão sobre seus pedidos, já integrados à sociedade e ao mercado de trabalho.
"Muitos desses migrantes já têm filhos estudando aqui, estão empregados, pagam impostos. E, de repente, depois de anos, são forçados a deixar o país. Isso não é apenas injusto, mas também um desperdício de talentos." argumentou a parlamentar.
Ela acrescentou que, nas próximas décadas, Luxemburgo precisará de ainda mais trabalhadores para manter sua economia competitiva.
"Se o país já enfrenta escassez de mão de obra qualificada, por que não considerar a possibilidade de integrar esses imigrantes ao mercado formal em vez de deportá-los?", questionou.
Gloden permaneceu firme em sua posição e garantiu que o governo não fará nenhuma alteração nas políticas migratórias. Ele reiterou que Luxemburgo seguirá as diretrizes existentes e que não criará novos mecanismos para facilitar a obtenção de residência para migrantes e refugiados.
"Nosso compromisso é com uma política de imigração justa, mas rigorosa. Vamos continuar aplicando as regras sem mudanças." enfatizou o ministro.
Diante desse cenário, a grande questão agora é se Luxemburgo manterá essa abordagem restritiva no longo prazo ou se, eventualmente, será forçado a revisar suas políticas migratórias devido à crescente demanda por trabalhadores e às pressões humanitárias.
Com a economia precisando de mais profissionais e os desafios humanitários globais em expansão, será que o governo resistirá às pressões para flexibilizar suas regras de imigração?
Essa é uma questão que permanecerá no centro dos debates políticos nos próximos meses.